Medidas para Minimizar Impactos no Comércio
Na última quarta-feira (22), a rotina e o faturamento do comércio no centro de Cuiabá foram temas centrais de uma reunião promovida pela Associação Comercial e Empresarial de Cuiabá (ACCuiabá). O encontro contou com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) e comerciantes locais. O objetivo da reunião foi esclarecer as dúvidas sobre o cronograma de execução das obras do BRT na Avenida da Prainha.
O presidente da ACCuiabá, Jonas Alves, enfatizou a importância do diálogo entre o poder público e os empresários. “É fundamental que o comércio do centro tenha previsibilidade. Estamos monitorando de perto o progresso das obras e cobrando informações para que cada lojista possa se preparar com antecedência sobre quando e onde ocorrerão as intervenções”, destacou Alves.
Durante a reunião, o secretário-adjunto de Gestão e Planejamento Metropolitano da Sinfra, Isaac Nascimento Filho, apresentou o planejamento das obras e discutiu a execução na Avenida da Prainha, que é um dos trechos mais movimentados da capital. Isaac esclareceu que as interdições não serão totais; as obras serão realizadas em trechos curtos e alternados, garantindo sempre a liberação de pelo menos uma faixa da via.
“Nosso compromisso é com o comércio. Todas as interdições serão parciais. A ideia é trabalhar em pequenas etapas para liberar o trânsito logo após a conclusão de cada fase”, explicou Nascimento. Ele também mencionou que os trabalhos incluirão drenagem profunda, recuperação da base e a aplicação de um novo pavimento com tecnologia polimérica, que permitirá maior agilidade na liberação das vias. “Essa técnica ajuda a evitar que o comércio fique isolado ou com acesso comprometido”, acrescentou.
Além disso, para minimizar o impacto no movimento das lojas, os serviços mais pesados serão realizados fora do horário comercial. “Estamos planejando para que os lojistas possam continuar atendendo normalmente durante o dia, concentrando os trabalhos mais intensos no período noturno”, afirmou o secretário.
Em paralelo, a empresa Águas Cuiabá estará implantando novas redes de drenagem utilizando um método não destrutivo, que não requer grandes escavações e facilita a fluidez do trânsito. O engenheiro André Ortega, da equipe técnica da Sinfra, ressaltou que o trecho da Prainha será dividido em áreas de execução menores. “As frentes de trabalho avançam por etapas. Assim que uma área é finalizada, o trecho é liberado, e a equipe segue para o próximo. O foco é manter o acesso às lojas e evitar bloqueios prolongados”, explicou.
Percepções do Comércio
O diretor da ACCuiabá, Roberto Peron, destacou que o encontro foi essencial para reduzir a insegurança do setor e alinhar as informações. “Convidamos a Sinfra para apresentar o cronograma diretamente aos comerciantes. Compreender o que vai acontecer ajuda os empresários a se organizarem e a orientarem seus clientes sobre os melhores acessos às lojas”, disse Peron.
A diretora da ACCuiabá e presidente do Conselho da Mulher Empresária, Mariza Bazo, avaliou que o diálogo foi crucial. “A reunião permitiu esclarecer dúvidas e entender de forma prática como será o andamento das obras. É nossa função garantir transparência e facilitar a comunicação entre o governo e o setor produtivo”, afirmou Bazo.
As opiniões entre os lojistas variaram, refletindo diferentes percepções sobre o impacto das obras no cotidiano. O empresário Éder Cunha de Almeida, da loja Éder Sports, destacou que a reunião foi útil para o setor. “Saber o que está por vir é fundamental para planejar o atendimento. Espero que o cronograma seja seguido e que o comércio consiga enfrentar esse período com o mínimo de transtornos”, afirmou.
Por outro lado, o lojista João Camargo, da loja Mundo Festas, considerou a explicação clara e relevante. “A reunião foi produtiva. Compreendemos as etapas e como o trabalho será feito para não comprometer o acesso às lojas”, disse ele. Já o comerciante Jairo Rodrigues, da Papelaria Coxipó, manifestou preocupação quanto à agilidade das obras. “O comércio precisa de planejamento. Se o cronograma não for cumprido, as lojas são as mais afetadas. Precisamos de clareza e prazos firmes”, alertou Rodrigues.
A ACCuiabá seguirá acompanhando o progresso das obras e organizará uma próxima reunião com a Águas Cuiabá para discutir em detalhes o plano de drenagem e as etapas subsequentes de intervenção no centro da cidade. Também participaram do encontro os diretores Rodrigo Nakao e Márcio Joel, além da gerente da ACCuiabá, Samantha Fernandes.
