Governança e Inovação: Uma Nova Rota para Mato Grosso até 2026

Uma Nova Perspectiva sobre Governança

O distanciamento do cotidiano muitas vezes nos proporciona aprendizados valiosos. Este ano, essa reflexão se tornou evidente em minha jornada. A cada viagem e encontro, a governança ganhou novos sentidos, e com isso, a Brandão Governança redobrou suas reflexões enquanto se prepara para celebrar seu quinto aniversário.

Gerir uma empresa liderada por mulheres em Mato Grosso vai além das simples transações comerciais. No contexto de um estado que ainda enfrenta desafios como desigualdade e índices alarmantes de violência contra mulheres, fortalecer empresas familiares sob o comando feminino é essencial para promover oportunidades, estabilidade e dignidade. Isso representa a criação de um ambiente onde decisões e patrimônios não são mais tabus, mas sim temas centrais.

A Governança como uma Lente de Interpretação

Ao longo do ano, percebi uma mudança significativa na maneira como a governança é percebida. Ela deixou de ser apenas uma metodologia para se transformar em uma lente através da qual se pode interpretar movimentos, riscos e relações. Essa transformação foi reforçada pela intensa agenda de colaboração com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), que ampliou as discussões e trouxe novas referências, conectando a prática à realidade regional, especialmente no Centro-Oeste.

Nos eventos promovidos na região, observei uma abertura crescente entre as famílias empresariais para conversas sobre sucessão e expectativas. O que antes parecia um tema distante agora se tornou uma conversa fundamental, quase urgente. A governança estabeleceu-se como um elo que organiza diferentes visões sem romper laços afetivos, respeitando a complexidade das relações familiares.

A Revolução das Novas Gerações

A mentoria com jovens herdeiros reforçou uma intuição que já tinha: a chamada “rebelião dos herdeiros” não destrói legados, mas os ressignifica. Essa nova geração busca propósito e inovação, mantendo viva a história familiar. A governança deve criar um ambiente onde tradição e futuro coexistam, garantindo voz a todos e um peso real nas decisões.

No cenário das cooperativas, a formação de conselheiros fiscais revelou a importância da maturidade organizacional. Quando esses conselhos adquirem um entendimento estratégico, a empresa se fortalece. A transparência aumenta, a confiança se expande e as decisões se tornam mais robustas. Fica claro que a governança não é um custo, mas sim uma salvaguarda do que realmente importa.

O Agro Matogrossense em Transformação

O setor agropecuário em Mato Grosso também está passando por transformações significativas. Durante debates setoriais, constatei um aumento na discussão de temas como riscos climáticos e inovação. Esses tópicos, que antes estavam à margem, agora ocupam um espaço central nas estratégias de negócios, com a governança se tornando um pilar de competitividade.

Foi neste cenário que a China se entrelaçou em minha trajetória, costurando várias dessas inquietações. Minhas visitas a Xangai, Shenzhen e Hangzhou revelaram um novo nível de desenvolvimento. As cidades se transformaram em ecossistemas digitais vibrantes, onde a inteligência artificial e a inovação são parte do cotidiano, mostrando como o futuro pode ser uma realidade acessível.

Uma Mentalidade de Inovação e Sustentabilidade

O que mais impressiona não é apenas a tecnologia em si, mas a mentalidade que a sustenta. A busca por eficiência e sustentabilidade, a disciplina estratégica e a combinação de criatividade com metodologias claras foram lições marcantes. Cada visita trouxe uma mensagem clara: quando inovação e governança andam juntas, elas se potencializam mutuamente.

Retornando desse aprendizado expandido, passei a olhar Mato Grosso sob uma nova perspectiva. Ao comparar nossa realidade com ecossistemas logísticos mais avançados, o contraste se torna evidente. Embora tenhamos um potencial econômico extraordinário, lidamos com uma infraestrutura que ainda não está à altura. Estradas precárias, falta de ferrovias e longas rotas de transporte são barreiras que precisamos superar.

Desenhando Novas Rotas para o Futuro

Essa nova compreensão moldou a maneira como avalio as discussões que permeiam meu ano. Desde mentorias com a nova geração até diálogos sobre sucessão e governança, tudo ganhou um novo significado à luz do que testemunhei na China. Nossos obstáculos não são apenas técnicos; eles têm a ver com mentalidade, planejamento e a capacidade de imaginar um futuro inovador.

As visitas técnicas à China reafirmaram que a inovação não depende de grandiosidade, mas sim de estrutura. Na Huawei, por exemplo, inteligência artificial e dados são utilizados para decisões estratégicas. Em outras empresas, como Tencent e Tezign, criatividade e métodos estratégicos se aliam, garantindo a identidade da marca e ampliando o alcance das estratégias. Em todos esses contextos, a governança se revela como a base que sustenta essas possibilidades.

Reflexões Finais e Objetivos para 2026

Ao concluir este ciclo, percebo um ganho significativo na profundidade das relações e na maturidade dos processos. A busca por crescimento passou a ser sinônimo de responsabilidade e impacto. Ao adentrar meu quinto ano, sinto que é hora de consolidar conhecimentos e traçar rotas que aproximem Mato Grosso das melhores práticas globais, equilibrando tradição e inovação.

Governança, no final das contas, é a arte de transformar complexidade em clareza, decisões em direções e, por fim, direções em legados. Que venham os desafios de 2026!