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    Agronegócio

    Agricultura Regenerativa: Benefícios para o Solo Demoram a Aparecer, Mas Valem a Pena

    admin_o_cuiabaBy admin_o_cuiaba22 de outubro de 2025Nenhum comentário5 Mins Read
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    Experiências de Produtores Revelam a Importância da Transição Cuidadosa e do Suporte Técnico

    Benefícios da Agricultura Regenerativa

    A agricultura regenerativa vem ganhando destaque por seus efeitos positivos no solo, embora os resultados sejam perceptíveis somente a longo prazo. Especialistas afirmam que a adoção dessas práticas deve ser feita de maneira gradual e acompanhada por assistência técnica especializada. Em adição, o acesso a linhas de crédito é fundamental para a consolidação desse modelo produtivo.

    Paula Curiacos, gestora da Fazenda Três Meninas Cafés Especiais, localizada em Monte Carmelo (MG), compartilhou sua experiência na transição de sua propriedade, que teve início há nove anos. Na época, o casal enfrentava altos custos e uma intensa pressão por pragas. “Resgatamos princípios básicos da agronomia, priorizando a biodiversidade do solo, para promover um ambiente mais equilibrado e resiliente”, comentou Paula durante o Summit de Agricultura Regenerativa.

    Adotando uma abordagem científica e colaborativa, a Fazenda Três Meninas incorporou gradativamente mudanças que levaram à diminuição do uso de defensivos químicos. Essa decisão resultou em uma redução significativa de custos e aumento da produtividade, com a propriedade colhendo 50 sacas de café por hectare, em contraste com a média de 31 sacas registrada na região do Cerrado mineiro e de 25 sacas no Brasil.

    Desafios e Sucessos na Agricultura

    Rodrigo Ribeiro Cardoso, diretor da Agrícola Whermann em Cristalina (GO), também compartilhou sua trajetória. Ele comentou sobre a necessidade de diversificar cultivos devido a restrições em áreas produtivas, o que levou a empresa a cultivar cerca de 40 espécies diferentes. Essa diversidade, no entanto, trouxe alguns desafios, como a “ponte verde”, onde plantas hospedeiras atraem pragas. Para contornar essa situação, a Agrícola Whermann se voltou para a agricultura regenerativa.

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    Fonte: odiariodorio.com.br

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    Fonte: jornalvilavelha.com.br

    “Implementamos áreas de braquiária e, posteriormente, retomamos o cultivo de batata. A braquiária gera cerca de 40 toneladas de matéria orgânica por hectare, e o aumento na produtividade da batata compensou o esforço de manejo”, explicou Cardoso, ressaltando que a transição para esse modelo exige um novo jeito de pensar sobre a agricultura.

    Experiências de outros produtores, como Bruno Afonso, que cultiva coco em Petrolândia (PE), também foram discutidas. Ele mencionou a integração de diferentes culturas e o uso de esterco animal como adubo, o que reduziu os custos com fertilizantes nitrogenados. “Enxergamos as plantas daninhas como uma oportunidade para integrar coco e ovinocultura”, destacou Bruno.

    O Papel do Consumidor e da Indústria

    A disseminação das práticas de agricultura regenerativa não depende apenas dos produtores, mas também dos consumidores. Márcio Milan, vice-presidente de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), enfatizou a necessidade de educar os 30 milhões de clientes que frequentam supermercados diariamente sobre as razões que justificam a variação de preços dos produtos, como o café.

    Por sua vez, Suelma Rosa, vice-presidente de Assuntos Corporativos da PepsiCo América Latina, reafirmou a importância da colaboração em toda a cadeia produtiva, ressaltando que todos os elos precisam estar interconectados para que a agricultura regenerativa alcance seu potencial.

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    Fonte: alagoasinforma.com.br

    Desenvolvimento Sustentável e Iniciativas Futuras

    Alex Carreteiro, presidente de alimentos da PepsiCo no Conesul, acredita que a agricultura regenerativa é a chave para o Brasil atingir suas metas de sustentabilidade, incluindo a redução das emissões de CO2. “Quando o solo passar a atuar como sequestrador de carbono, a agropecuária terá um papel crucial na mitigação das emissões do país”, disse Carreteiro.

    Para Kadigia Faccin, professora da Fundação Dom Cabral, adotar práticas regenerativas é um esforço colaborativo, que enfrenta desafios como a falta de suporte técnico e financeiro. Alessandra Fajardo, do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), destacou a necessidade de reconhecer e promover aqueles que já implementaram práticas sustentáveis.

    Ludmila Rattis, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), observou que as propriedades que adotaram insumos biológicos oferecem ganhos não apenas econômicos, mas também de qualidade de vida para as comunidades locais.

    Marina Piatto, do Imaflora, enfatizou que as práticas da agricultura regenerativa começam pelo solo, mas têm impactos significativos em biodiversidade, manejo integrado de pragas, uso eficiente da água e sequestro de carbono.

    O Caminho à Frente

    Com a escalabilidade da agricultura regenerativa, é possível atender à demanda crescente por alimentos de maneira sustentável. Eduardo Cerri, professor da Esalq/USP, reforçou que as práticas regenerativas podem aumentar a produtividade e a resiliência das culturas frente a desafios climáticos. “Produtores que adotam boas práticas têm vantagem competitiva”, concluiu.

    De acordo com Marcello Brito, representante da COP30, é fundamental criar incentivos que permitam a expansão das práticas de agricultura regenerativa. Ele destaca que, enquanto o agricultor recebe apenas 8% do preço final dos alimentos, é na base que as transformações precisam ocorrer.

    O Brasil precisa avançar na adoção de boas práticas agrícolas e reconhecer as conquistas até o presente momento, conforme ressaltou Jonathas Moreira Alencar, coordenador-geral do Ministério da Agricultura. Entre as iniciativas, destaca-se o financiamento “verde” do Plano Safra e as parcerias com o BNDES para recuperar áreas degradadas.

    Fabíola Zerbini, da Conexsus, apontou que os pequenos produtores têm um papel crucial na transição para uma economia de baixo carbono, enfatizando seu impacto positivo na segurança alimentar e na preservação ambiental.

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