Professores Realizam a Primeira Edição da Prova Nacional Docente em 2024

Exame Nacional para Professores: Um Novo Caminho

Neste domingo (26), a professora da rede municipal de Duque de Caxias, Ingrid Nascimento Abreu, de 60 anos, chegou ao Colégio Estadual Julia Kubitschek, no centro do Rio de Janeiro, antes da abertura dos portões ao meio-dia. Ela participava da primeira edição da Prova Nacional Docente (PND), um exame que visa transformar a forma como professores são selecionados para o magistério público brasileiro. Com quatro anos de experiência ensinando Educação Infantil e alunos com autismo, Ingrid expressou seu desejo de atuar em diferentes municípios do estado, afirmando: ‘Onde houver necessidade, gostaria de ser chamada, seja em áreas quilombolas ou indígenas. A função do professor é educar onde for preciso. A importância dessa prova é que ela abre a possibilidade de realizar um concurso nacional em nossa cidade. O governo atual está focado na educação, que é a base de tudo.’

A PND, frequentemente chamada de ‘CNU dos Professores’ ou ‘Enem dos Professores’, representa uma nova oportunidade para aqueles que desejam ingressar na carreira docente. A partir de 2026, as redes públicas de ensino poderão utilizar as notas obtidas na prova como critério único ou complementar na seleção de professores. Para esta edição, impressionantes 1.086.914 candidatos se inscreveram para realizar o exame.

Oportunidades e Expectativas de Futuros Educadores

Vagner Bastos, um professor de 64 anos que leciona na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e no ensino médio na Ilha do Governador, compartilhou sua expectativa em relação à PND. ‘Quero expandir as fronteiras dessa linda iniciativa do governo federal, que nos oferece a chance de levar a educação a lugares carentes. A educação não é apenas a base, mas o princípio de uma sociedade. Somente uma sociedade educada pode ser verdadeiramente democrática’, afirmou.

Por outro lado, a recém-formada em Letras pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Fernanda Lima Figueiredo da Silva, de 25 anos, vê na PND sua oportunidade de início na carreira docente. ‘Estou com todo o conteúdo fresco na mente. Minhas expectativas são altas e me sinto preparada para o desafio’, disse ela, que tem interesse em trabalhar no Colégio de Aplicação da Uerj.

Como Funciona a Prova Nacional Docente

A PND tem uma duração total de cinco horas e trinta minutos, seguindo a mesma matriz da avaliação teórica do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) para Licenciaturas, que passou a focar nos cursos de formação docente a partir de 2024. De acordo com o edital da PND 2025, a prova é dividida em duas partes: a primeira reúne questões sobre formação geral dos docentes, enquanto a segunda se dedica a componentes específicos.

A parte de formação geral conta com 30 questões objetivas e uma questão discursiva, abordando temas relevantes para a formação docente. Já a parte específica é composta por 50 questões de múltipla escolha, concentrando-se nas habilidades e conteúdos de cada uma das 17 áreas de licenciatura, que incluem: artes visuais, ciências biológicas, ciências sociais, computação, educação física, filosofia, física, geografia, história, letras (inglês), letras (português), letras (português e espanhol), letras (português e inglês), matemática, música, pedagogia e química.

Adesão e Impacto da PND nas Redes de Ensino

Nesta primeira edição, 1.508 municípios, incluindo 18 capitais e 22 secretarias estaduais de educação, aderiram voluntariamente à prova. O objetivo, segundo o Ministério da Educação (MEC), é estimular a realização de concursos públicos e promover o aumento do número de professores efetivos nas redes de ensino em todo o Brasil. A PND promete ser um divisor de águas na carreira de muitos educadores, buscando não apenas melhorar a qualidade do ensino, mas também proporcionar oportunidades mais justas e igualitárias para os aspirantes a docentes.