Audiência Pública Debate Impactos do BRT em Cuiabá e Várzea Grande
Na última segunda-feira, dia 20, o deputado estadual Lúdio Cabral (PT) utilizou uma audiência pública para expressar preocupações sobre a má gestão das obras do Bus Rapid Transit (BRT) nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande. Cabral atacou a falta de planejamento adequado, que tem resultado em significativos transtornos no tráfego da região metropolitana. O secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Marcelo de Oliveira, garantiu que o projeto será finalizado até o final de 2026, com sua execução sendo monitorada pelo deputado.
“Os problemas que envolvem a implementação do BRT são um indicativo claro de planejamento deficiente. O que vemos aqui não é apenas uma novela, mas sim uma série cheia de desencontros. Era para ser BRT, depois mudou para VLT, retornou ao BRT, e todos os prazos têm sido estourados. O que realmente espero é que o sofrimento da população termine com a finalização desse trecho. Qualquer discussão sobre um novo sistema de transporte apenas expõe a persistente falta de planejamento. O foco agora deve ser a conclusão do que já está em andamento antes de considerar qualquer mudança ou alternativa”, criticou Lúdio.
Monitoramento e Novas Convocações
Esta audiência foi a segunda convocação do secretário este ano, sendo a primeira ocorrida em março, durante o período de rescisão do contrato entre a Sinfra e o Consórcio Construtor BRT Cuiabá. O deputado afirmou que continuará acompanhando de perto o desenvolvimento das obras e que novas convocações poderão ser feitas conforme necessário.
“O que realmente importa, e que concentrei meus questionamentos, são os cronogramas para a conclusão das etapas dessa obra. A primeira fase, que deveria ter sido finalizada em agosto, só foi concluída em outubro. Essa fase vai do Hospital de Câncer até o Viaduto da Sefaz, abrangendo outras áreas da Avenida do CPA. Um novo contrato começou em julho, com previsão de término até o final de dezembro, mas o secretário já indicou que a conclusão se estenderá até fevereiro. As obras em frente ao Pantanal Shopping e em toda a extensão da Avenida do CPA até o viaduto da Miguel Sutil, além da Prainha, iniciadas da Praça Ipiranga até a Avenida XV de Novembro, também estão incluídas. O secretário se comprometeu a concluir tudo até fevereiro. Vamos monitorar e cobrar o progresso dessas obras, que envolvem mais R$ 150 milhões”, enfatizou Lúdio.
Contratos e Valores Envolvidos
O primeiro contrato com o Consórcio Construtor BRT Cuiabá, que é composto pelas empresas Nova Engevix Engenharia e Projetos S/A, Heleno & Fonseca Construtecnica S/A e Pagmob Desenvolvimento em Tecnologia Ltda, consumiu cerca de R$ 132,3 milhões desde 2022, visando à execução das obras de pavimentação e infraestrutura entre o Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, e vários trechos em Cuiabá, na Avenida do CPA. O novo contrato para finalizar as obras neste trecho, incluindo a Avenida da Prainha, tem um custo estimado em R$ 155,1 milhões e está sob a responsabilidade do Consórcio Integra BRT, que é formado pelas empresas Lotufo Engenharia Ltda, Guaxe Construtora Ltda e Encomind Engenharia Ltda.
Marcelo de Oliveira, o secretário da Sinfra, informou que o processo licitatório para a construção das estações nos trechos de Várzea Grande, na Avenida da FEB, e em Cuiabá, nos tramos da XV de Novembro e da Prainha, já está em andamento. O custo estimado para este contrato é de R$ 68,8 milhões. Se as estações forem concluídas até o final de junho de 2026, poderá haver o início das operações no corredor exclusivo de ônibus. No entanto, Oliveira não apresentou uma previsão para a aquisição dos veículos necessários.
Próximos Passos e Desafios
O secretário também mencionou que a licitação para o trecho da Avenida Fernando Corrêa da Costa deve ser lançada em até 45 dias, mas o valor desse segmento ainda não foi divulgado. Esta licitação deve englobar o pavimento e infraestrutura, além das estações e outros itens essenciais.
“Na minha avaliação, o trecho que se estende da Praça Ipiranga até a Igreja do Rosário é o mais problemático, e o secretário confirmou que a Águas Cuiabá já está realizando obras de drenagem para evitar complicações naquela área da Prainha. Vamos continuar a monitorar essa situação e, se necessário, convocar representantes do município e da Águas Cuiabá para discutir essa questão, que não é responsabilidade direta da Sinfra”, concluiu Lúdio.
O deputado também destacou que a Prefeitura de Cuiabá precisa implementar medidas que melhorem o trânsito durante as obras. “É uma questão de planejamento. A prefeitura deve promover esforços para mitigar os problemas enquanto as obras estão em andamento, com foco em sinalização, identificação de rotas alternativas e um monitoramento contínuo por parte dos agentes de trânsito ao longo dos trechos em questão”, finalizou Lúdio.